segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

193 livros: GANA







País: Gana
Livro: Rumo a Casa
Autor:
Yaa Gyasi
Fonte: compra

Pontuação: 10/10

Procurar saber mais sobre: Yaa Gyasi, escravatura





Este livro conta a história de duas meias-irmãs nascidas no Gana no séc.XVIII, com destinos completamente diferentes. Effia casa com um general inglês, que é responsável pelo tráfico de escravos no seu país e Esi é prisioneira e depois vendida como escrava e enviada para a América. A partir daí a história é contada através das gerações descendentes destas duas mulheres, um capítulo para cada familiar, nos diferentes lados do Atlântico.  




Este livro distingue-se por essa estrutura, pela forma como cada pessoa e a sua história são apresentadas. No fundo é como uma novela que retrata o impacto da escravidão numa família e também sobre como é possível herdar dramas e valores de gerações passadas.



A autora acaba por criar um passado para pessoas, que por causa da escravidão, não têm como descobrir a sua árvore genealógica. Outro dos aspectos interessantes é que a autora dá diferentes perspectivas para tráfico de pessoas, culpando não só os europeus mas também os africanos que comercializavam escravos.


Um dos melhores livros que li nos últimos tempos, muito bem escrito, com um enredo e uma estrutura originais. Irei, com certeza, ler mais livros de Yaa Gyasi.


 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Becoming...


Aderi ao desafio "The Bibliophile Club" e ao "Uma Dúzia de Livros" da Rita da Nova . No mês de Janeiro o primeiro tinha como tema livros de não-ficção ou auto-ajuda e o segundo tinha como tema um livro escrito por uma mulher.  Escolhi o livro "Becoming" de Michelle Obama que satisfaz os dois desafios.
  

 
Logo que o livro saiu, senti um impulso para o comprar. Adoro autobiografias, gosto de conhecer as pessoas por dentro, os seus sentimentos ou a forma como interpretam a sua vida. E encontramos sempre pontos em comuns, mesmo com alguém que vive no outro lado do oceano, é conhecida globalmente, e atingiu o topo do estatuto social. 

No entanto, Michelle cresceu num bairro de Chicago que estava em deterioração, com a saída das famílias da classe média para a periferia da cidade. Vivia com os pais (um funcionário municipal das águas com esclerose múltipla e uma doméstica) num 1º andar arrendado em casa dos tios. Sempre foi focada na escola e prova que a educação é uma dos caminhos essenciais para a mobilidade social. Frequentou Princeton, uma das mais prestigiadas universidades do mundo, e automaticamente chegou ao 47º andar de um famoso escritório de advogados, onde acabou por receber Barack como estagiário.
Contudo, apesar do excelente salário e de ter uma carreira promissora pela frente como advogada, resolveu que precisava de um emprego com propósito, que melhorasse de alguma forma a vida das pessoas. Michelle trabalhou num gabinete na Câmara Municipal, depois foi directora de uma filial da start-up “Public Allies” que incentivava os jovens a seguirem uma carreira no serviço público e em entidades sem fins lucrativos, formando uma geração de futuros dirigentes comunitários.  Esteve ainda numa universidade, num gabinete de saúde, onde desenvolvia actividades para estabelecer relação entre o campus e a comunidade.  

Parte da história entre Michelle e Barack já era conhecida. Neste livro, Michele vem revelar que tiveram problemas de fertilidade, chegaram a ter um aborto e que recorreram a tratamentos para conseguirem engravidar. A relação entre os dois foi muitas vezes à distância, por motivos académicos ou profissionais e políticos, o que sobrecarregou a Michele com todas as obrigações da casa e da família. Aos 38 anos sentia-se exausta (como eu a compreendo !) e com problemas no casamento, pelo que houve uma altura que recorreram a terapia conjugal (o que acho interessante, porque publicamente dão a imagem do casal em completa sintonia) e conseguiram arranjar formas de ultrapassar principalmente as falhas de comunicação.  

Obama é apresentado sempre como brilhante mas, ao mesmo tempo, “leve” e focado. Foi fazendo a sua carreira política, concorrendo à presidência, mesmo com a Michelle a detestar a política.   

Uma parte do livro conta essa parte política e os 8 anos a viver na Casa Branca. 

Ficam algumas ideias que considerei mais importantes e basicamente o que acho importante reter, tendo em conta que o que me interessa são basicamente os assuntos sociais e de melhorar a vida das pessoas, principalmente as que estão numa posição desfavorecida:

“Mas, ao escutar Barack, apercebi-me de que a sua versão de esperança ia muito mais longe que a minha: uma coisa era uma pessoa tentar sair de um lugar encalhado, outro bem diferente era tentar desencalhar o lugar propriamente dito.  (p.48) (…) Resignamo-nos com o mundo tal como é, ou trabalhamos pelo mundo como ele devia ser?”

Michelle foca-se muito na importância de existirem pessoas que acreditam em nós, que acreditam nas nossas capacidades e que nos dão ensinamentos e oportunidades. Ela considera que o seu percurso se deve a pessoas fundamentais que encontrou no caminho e tenta replicar essa ideia através de programas de mentorias, junto principalmente de jovens mulheres. Penso que atualmente continua a fazer esse trabalho, através da Fundação Obama.









Basicamente o lema que fica é : Tu importas! (independentemente na raça, género, classe social). 

Gostei muito e recomendo a leitura.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Confiança...






Hoje sinto-me grata porque uma desconhecida confiou em mim.

Ia na rua, quando uma senhora indiana com uma criança me pediu para a ajudar a levantar dinheiro no multibanco.  Falava mal português e não estava a perceber as opções.

Acabei por lhe dizer o quanto era perigoso pedir a alguém desconhecido para levantar dinheiro mas ela sorriu e deu-me um abraço muito apertado.

Claro que é o desespero, uma pessoa tem de arriscar para conseguir viver a sua vida num país novo.

Eu por mim já ganhei o dia. gosto tanto de ajudar as pessoas, é realmente o que me realiza.

Bem-hajam!


terça-feira, 8 de janeiro de 2019

You can always come back... Home


Esta música reconforta-me. 
Gostava tanto de passar esta sensação à minha filha...que ela vivesse com esta certeza ao longo da vida... que pode sempre voltar para casa, independentemente dos caminhos que tomar na vida, que terá sempre um colo à espera dela. 
Acho que esta segurança é estruturante na auto-confiança de uma pessoa: ter a certeza absoluta que é amada, que é importante e que nunca estará sozinha.


 93 Million Miles
(...) oh my beautiful mother
She told me, "Son in life you're gonna go far
If you do it right you'll love where you are
Just know
Wherever you go, you can always come home"
 
 (...) oh my irrefutable father
He told me, "Son sometimes it may seem dark,
but the absence of the light is a necessary part
Just know, you're never alone, you can always come back home"
You can always come back...Home

(...) Every road is a slippery slope
There is always a hand that you can hold on to
Looking deeper through the telescope
You can see that your home's inside of you
Just know
That wherever you go
No, you're never alone
You will always get back home

(...)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

À procura de mim...





Quase a chegar aos 40 anos, já me devia ter encontrado.  Não estou insegura como aos 20 anos mas, por vezes, há momentos da vida por uma qualquer situação ou apenas pela conjuntura dos astros, que pomos em causa o que queremos realmente para a nossa vida, questionando se estamos no caminho certo.

Na rotina do dia-a-dia, no trajeto diário casa-trabalho/trabalho-casa, com os filhos a absorverem toda a nossa energia, às vezes perdemo-nos algures ali no meio.

Sinto tanta necessidade de estar sozinha, de ter tempo para parar e respirar. Sou introvertida, a minha energia vem dos momentos em que estou sozinha, e como quase nunca os tenho, sinto-me sempre exausta e sem força.

Por isso, está na altura de parar e olhar para mim, para o que quero e para o que me interessa e satisfaz. 

Espero voltar-me a encontrar brevemente.

sábado, 5 de janeiro de 2019

Uma Dúzia de Livros e um clube literário...

Um dos meus objetivos para 2019 é ler pelo menos 12 livros. Continuo com o meu desafio pessoal de ler 1 livro de cada país do Mundo (193 países da ONU). No entanto, também me propus escrever algumas notas sobre o que leio...e isso é que é mais difícil.





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Assim, aderi ao "The Bibliophile Club" que é um clube literário que começou agora, dinamizado pela By the Library, A Sofia World e a Imperium by Lyne

O clube vai organizar-se por temas e não por livros específicos, e a ideia é criar um espaço interactivo para todos. No mês de Janeiro, os temas são Não Fição e Auto-Ajuda.


Paralelamente, aderi também ao desafio "Uma Dúzia de Livros" da Rita da Nova  que propõe a leitura de um livro por mês, com diferentes temáticas. Não há obrigações rígidas, cada pessoa pode aderir apenas em alguns meses específicos ou ir de uma ponta à outra. O objectivo é ler livros e olhar os livros que temos lá por casa através de um ângulo diferente e, depois, discutir as diferentes escolhas, quer através do blog, Instagram ou presencialmente.

 Como funciona?
1. Cada pessoa escolhe um livro de acordo com a temática do mês.
2. Até ao final do mês, cada um escreve aquilo que achou sobre o livro, quer através de blogs, Instagram ou Facebook;
3. No final de cada mês, a Rita envia uma newsletter a todos os participantes com os diferentes posts que cada um escreveu;
4. Também nessa altura, irá ser combinado um café para falar dos livros presencialmente.


 
Que haja tempo para as leituras!

Vamos a isso!

193 livros: GANA

País: Gana Livro: Rumo a Casa Autor: Yaa Gyasi Fonte: compra Pontuação: 10/10 Procurar saber mais sobre: Yaa Gyas...